terça-feira, 28 de abril de 2009

















Hoje perguntaram-me por ti. O miúdo de pele branquinha ? Não sei. E a verdade é que não sabia mesmo. E, sinceramente, não me incomodou essa falta de informação. Não será anormal eu não saber de ti? Não será anormal já nem lembrar mais a última vez que estive contigo e em ti? Não sei também isso. Mas de uma coisa eu sei. Sei que não tenho sentido a tua falta. Triste, é só me ter lembrado de ti porque me lembraram de ti. Se é verdade que há pessoas que vão mas ficam, se é verdade que há pessoas que vão mas voltam, tu, não sei se ficaste, mas sei que não voltas, pelo menos eu não deixo, não desta vez. E isso não me incomoda, isso não dói, isso é triste, mas isso sabe a gelado de café, a chá quente com canela. Hoje perguntaram-me por ti, e eu respirei finalmente bem.

sábado, 25 de abril de 2009













Um dia vou ter um destes amores. Daqueles que parece que vivemos numa máquina de secar energia. Que não seja racional. Que não precise de ter conversas complicadas. Que seja louco como só ele saiba ser. Um dia. Juro.

quinta-feira, 23 de abril de 2009













O sol não sabe a sol. A chuva não cai como chuva. Nem importa mais se torro com o calor ou se tremo de frio. Já não me apetece tomar café (ou pingo normal clarinho) e já nem sei se vou sair para dançar com elas ou para jogar cartas. Já não custa pôr a pé para ir ás aulas das oito nem ter aulas até tarde. Não quero estar em casa mas também não quero estar na rua. Quero ir comprar música nova mas estou sem paciência para estar na Fnac com aquela dedicação toda. Quero ir passear pela cidade mas ando com alergia das pessoas. Quero escrever no meu blog e ver os que mais gosto mas ultimamente o computador dá-me calores. Quero fumar um cigarro na esplanada com eles mas fico entediada cinco minutos depois de me ter sentado. Tenho exames atrás de exames e não quero estudar mas também não quero chumbar. A queima está já quase aí e quero ir dançar mas não me apetece vestir-me. Quero estar com ele mas sei, que por minha culpa, acabaremos por discutir. Acho, sinceramente, que é um problema meu. Pelo menos, visto daqui, de longe, as outras pessoas parecem francamente normais.
Mãe, se tocarem á campainha diz que não estou!

quinta-feira, 16 de abril de 2009


















Convites para cafés, encontros espontâneos (supostamente), apontamentos de álgebra quando sou melhor que tu com números, troca de mensagens de conversa-de-miúdos-sobre-minhocas até quase amanhecer, as piadas sem piada, parceiros de sueca (sempre), a minha perna encostada (inocentemente) á tua, as indirectas, o teu casaco, as conversas sérias q sempre acabam em porcaria-da-boa, a minha mochila, as birras e os silêncios interminaveis, o jogo estúpido de sábado, os olhares cúmplices, as apostas. Será que não vais entender nunca e eu vou ter que te explicar? Vai ser preciso dizer para que tu entendas? Que se ontem não sabia, que hoje quero? Bolas!

terça-feira, 14 de abril de 2009


















Hoje estou assim. Apetece-me pegar com toda a gente. Apetece-me sorrir à senhora de idade que passa por mim e jogar xadrez com os senhores dos banquinhos à sombra do parque. Apetece-me apanhar o comboio para o Porto, ir à Ribeira, comer um gelado e sujar bem a camisola ou apanhamos antes para Lisboa e vamos ao Chiado fotografar os pés de todas as pessoas, mas também podiamos ir ao Tibete, que achas? Apetece-me vestir a roupa de praia mais fresca que tiver e ir correr no paradão, ou aproveitar a chuva e vestir uma roupa chique e ir áquele restaurante que as águas custam três euros. Apetece-me levantar o dedo mau ao meu professor e dizer à miúda triste da segunda fila que hoje está mesmo bonita. Ou então faltar ás aulas. Apetece-me fazer as malas e ir acampar para um festival qualquer já hoje e ficar em casa a ouvir música muito alta de modo que os vizinhos do fundo da rua também a ouçam. E se eu pintasse o cabelo de loiro? Fizesse solário? Era sempre mais fácil ir ter com ele e abraçá-lo ou ir ter com ela e contarmos segredos. Eu gosto de segredos e de fofocas. Muito. Apetece-me deixa ver, aah já sei, comer bolachas dos simpsons até nao me conseguir mexer, tomar num espaço de um hora um café em cada esplanada da cidade. Se gostava de segredos então definitivamente adoro a cidade. Ao fim do dia, quando ainda há claridade e as luzes da cidade se acendem. Gosto mesmo. Ou já sei, podia sempre ligar todos os aparelhos eléctricos cá em casa para ver se a cidade ficava sem luz. Mas não tenho velas em casa, é melhor não. Só queria mexer-me muito para ficar muito cansada para logo adormecer muito depressa. Já sei! Vou dar de comer aos peixinhos do lago. É isso, talvez resulte.

domingo, 12 de abril de 2009














Chegaste tarde. Tomei dois cafés, dividi uma quantidade infinita de cigarros, fui dar um passeio tardio pela cidade fria, ri de disparates, disse tontices, joguei todos os jogos de cartas, desafiei a jogar os que eu inventei na parvoíce, imaginei-me num outro lugar a fazer mil e uma coisas, contei todos os meus segredos, ou só aqueles que não são verdadeiramente segredos. Paguei a minha conta, preparei-me para ir e desci as escadas. Lá estavas tu no fundo da velha escadaria, tão gasta pelo tempo. Sorriste. Já vais ? Não tivesses chegado tarde. Mas sentia-me com atitude, e disse-te. Tu sentias a minha falta, e disseste-me. Muito bom.

quinta-feira, 9 de abril de 2009















Tem a pele gasta pelo frio de Abril e sorri porque faz parte do seu feitio, para camuflar a dor na alma que a asfixia. Fuma todos os dias cinco cigarros (hoje já fumou mais), só cinco porque ainda não aprendeu a gostar plenamente do sabor. Sonha todos os dias acordada, às vezes ao som de jazz, outras vezes bossa nova e muitas vezes chill out. Queria ser mais feliz. Feliz no sentido de conseguir acordar todos os dias com um sorriso verdadeiro nos lábios, com o coração descansado e com todas as pessoas que lhe dizem algo mais perto. Mas hoje ela decidiu viver ao sabor do vento, e logo ela... que não gosta de vento. Purpurinas nos olhos, vestido vermelho de bailarina e cabelo atado de menina, jura, hoje, a si mesma, que vai conhecer Amesterdão de uma ponta a outra, que vai tomar café a Paris, que vai fumar cigarros cor-de-rosa a Berlim, que vai apanhar boleia numa caravana hippie até Tarifa e surfar, surfar muito na capital do surf e que vai cantar alto Maria Rita até ficar sem ar na Ponte de Brooklin. Hoje, ela sentiu o que chamam de optimismo, e ela mudou a maneira de ver as coisas, eu mudei a maneira de encarar as coisas.

quarta-feira, 8 de abril de 2009














Eu só quero que fiques para sempre. Que me convenças com tão pouco, esse tão pouco que sabe a tanto. Que me ligues, quando fores no comboio, a queixares-te que o senhor do lado ressona. Que me dês chocolate, porque te lembraste de comprar para mim quando estavas na fila do hipermercado, ao lado da prateleira das revistas. Que me leves ao parque quando estiver triste para me fazeres rir enquanto rebolas na relva. Que tenhas a maior paciêcia do mundo para ires fazer compras comigo à baixa para a seguir me ofereceres um gelado com cobertura dupla de caramelo. Que me dês o teu casaco quando tiver frio e ter esquecido o meu. Que me leves a casa quando a cidade já toda dorme. Que consigas arranjar o vinil dos Joy Division só para mim quando já toda a gente deixou de procurar. Que não gozes comigo quando choro no cinema. Que me mandes mensagens a meio da noite só para saber que pijama tenho vestido. Que fizesses tudo isto para repetir na semana a seguir tudo de novo. Eu só queria... carambas!

terça-feira, 7 de abril de 2009












Não gosto de dias de chuva. Não gosto de estar de férias da faculdade e ser dia de chuva. Não gosto de ter que calçar as galochas vermelhas obrigatoriamente porque é dia de chuva. Não gosto que não haja esplanadas porque é dia de chuva. Não gosto de molhar o cabelo quando caminho pela cidade porque é dia de chuva. Não gosto do mau-humor com que acordo em dias de chuva.
Mas gosto mesmo de estar em férias de faculdade e de ter as minhas galochas vermelhas calçadas e que não haja esplanadas e de molhar o cabelo quando tento nao caminhar mas correr pela cidade, quando vejo, do lado de dentro do café, através do vidro marcado, a tua figura sorrindo para mim com a chuva a bater-te na cara. E digo, com toda a convicção, para quem divide aqela tarde de capuccino no interior de café de vidro marcado comigo, apontando bem com a ponta do meu dedo indicador ao teu nariz: Esta (pausa) é a minha melhor amiga.
E aí, os dias de chuva ficam tão quentes que até lembra o fim-do-dia de um dia de Verão. GOD! Ver-te, em dias de chuva, sabe tããããããão bem!

segunda-feira, 6 de abril de 2009













Depois daqela noite, percebi que o nosso dia de neve já nao aquece a noite sozinha, que a nossa ida à baixa já não sabe a beijo de café, que os dias frios de praia já não são mais dias-de-conversa-sincera e que as noites de cidade já não são elas puras celebrações de Marlboro, que sempre compravas comigo-a-meias. Percebo, acima de tudo, que contigo a minha voz já nao falha, a alma já não fraqeja e o coração já nao sente mais. Estamos revoltados contigo devido a esse teu jeito de ir embora e voltar sem que deixemos.
Desta vez somos nós que vamos, eu a minha voz e a minha alma. Sim, desta vez somos nós que vamos, pelo menos por hoje. Não nos telefones se sentires a nossa falta, não nos procures se precisares de companhia, nem sequer apareças no café do costume, mesmo no centro da parte histórica da cidade, na rua trinta-e-sete, na mesa do canto que sabes que estamos.. sempre á tua espera, para ouvirmos, pelo menos mais uma vez, dizer que somos palermas adoráveis e rir das caretas que fazemos.
Eu, a minha voz e a minha alma viemos despedirmo-nos de ti.
Até já. Até depois. Mais logo.

sábado, 4 de abril de 2009


clã - amuo

Sou daquele tipo de pessoas q amuam, portanto parece-me que mereço ter um blog!