
Gosto do mês de Novembro. De ir buscar o casaco grosso de fazenda escondido desde Março no fundo do armário. De pegar naquelas luvas rosinhas que têm um buraquinho desde a última vez que fui à neve com o pai. De calçar um monte de peúgas para que os pés se mantenham quentes apesar de usar ainda os tenis de Verão, de fumar o meu cigarro no intervalo das aulas a tremer e a gozar com o quanto eu e a M. somos ridículas. A mãe começa à procura dos primeiros presentes de natal (mas ambas sabemos que só os comprará em cima da hora devido à sua mania de que nada é o presente ideal) , os vidros do café ficam docemente embaciados , o que dá um gostinho especial áquele burburinho aconchegante de café. Em Novembro começa a chover. E tu sabes o que a chuva me faz lembrar, porque apesar de não gostar muito dela, ela faz-me lembrar de ti e do teu jeitinho especial de me irritares e do quanto gostaria de ficar chateada contigo por isso, caso não soubesse tão bem quando me seguras a mão com força quando estou prestes a chorar de mimo porque me dói a garganta.